Hugo Passarelli, do Economia & Negócios/ Arte: Cyntia Ueda
SÃO PAULO - Com o dólar barato, as companhias aéreas estão ampliando a oferta de voos internacionais no Brasil e apostando no aumento da procura por parte do usuário. Neste ano, foram criados novos destinos, como Barbados, embora novos horários ou rotas predominem entre as novidades.
O dado reforça uma tendência verificada recentemente. Entre os anos de 2005 e 2008 (último dado disponível), houve um aumento de 21% de voos internacionais partindo de cidades brasileiras, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
Fonte: ANAC
A Qatar inaugurou no fim de junho um voo direto para Doha, enquanto a panamenha COPA abriu o terceiro voo diario para a Cidade do Panamá (Panamá) e a LAN dobrou a oferta diária de partidas para Buenos Aires. Em 3 de julho, a portuguesa TAP passou a operar em Viracopos (Campinas-Lisboa), três vezes por semana (todos os voos são de ida e volta).
Para o superintendente de relações internacionais da Anac, Bruno Dalcolmo, isso representa um ganho para o usuário, porque possibilita uma conectividade para regiões que, até então, dependiam de destinos "tradicionais". A partir do Panamá, o viajante pode fazer um conexão para outro local da América Latina; do Catar, ele pode ir para a Ásia ou Oriente Médio.
Entre as novidades para o segundo semestre (veja quadro), há ainda o voo Guarulhos-Detroit (duas vezes por semana, operado pela Delta) e o Brasília-Lima (três vezes por semana, pela LAN).
Mais de 60% dessas novas rotas parte de Guarulhos, tradicional receptor dos destinos internacionais no Brasil. Dalcolmo reconhece que o local possui "restrições sérias de infraestrutura", mas descarta que problema possa afetar os demais aeroportos do País.
Hubs locais
No mercado interno, a vantagem dessa expansão é o desenvolvimento de hubs locais (que redistribuem voos para outras localidades) como é o caso de Brasília, que a partir do segundo semestre poderá absorver turistas provenientes dos Estados Unidos (Miami) e América do Sul (Lima). "As empresas estão descobrindo que você não precisa passar por Guarulhos para viabilizar a operação", pondera o superintendente de regulação econômica da Anac, Juliano Alcântara Noman.
Tumulto em Viracopos
Em 3 de julho, o Aeroporto de Viracopos, em Campinas, recebeu o primeiro desembarque de voo internacional regular depois de mais de 20 anos sem realizar esse tipo de operação, por meio da nova rota da portuguesa TAP (Campinas-Lisboa e vice-versa). Os 237 passageiros que chegaram de Portugal tiveram de esperar por mais de duas horas para passar pelos guichês da Polícia Federal na imigração, situação que se repetiu, pelo menos, durante a semana seguinte. Para o superintendente de relações internacionais da Anac, Bruno Dalcolmo, o tumulto é um "caso isolado".
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